Desilusão

QUEM TE VÊ...

QUEM TE VÊ…

 

Quem, de longe, te vê passando, assim,

Não sabe quanto me custa olhar-te,

Como eu queria, poder ignorar-te,

Para não te suplicar, que olhes pra mim.

 

Que força é essa, que pra mim emites,

Que meus olhos te seguem, sem eu querer,

E como servos teus, tens o poder,

De os manter sonhando sem limites.

 

Nas paredes do desamarro

Dou por mim a sonhar com dias de glória ,

A jorrar as veias de ódio . 

A cair nos contos de outrura , 

Aprofundar as escuridões que residem dentro de mim , 

A apunhalar todos esses odios , 

Desde amizades as faltas de honestidade ,

Hoje decidi escrever diferente , 

Num estado mais profundo e obscuro ,

A navegar até encontrar o meu porto seguro , 

Por meio de dúvidas e longe de calúnias ,

Há que sobrestiver das mágoas do passado , 

Pegar fogo em cada uma dessas memórias e criar um mundo adorado ,

Falso profeta

Josué, falso profeta,
O sol não para sobre Gibeom,
Nem a lua no ar fica quieta,
Seja aqui ou no vale de Aijalom.
Josué, Sholom, shalom.

A espada é tua, não te escondas
Na sombra de Deus
As tuas acções tão hediondas
Os pecados são só teus
Shalom, shalom, clamam os Céus

Os cinco reis são inocentes,
Josué usurpador,
Não há sobreviventes?
Josué homem terror,
Não foi ordem do Senhor.

Josué, tu não és bom,
És filho de um deus menor.
Josué, Sholom, shalom.

MORRI

Hoje morri de noite
Talvez muitas vezes
Num sonho esquecido
Esquecido no tempo
De uma escura noite
Que assombra-me o corpo

Das horas perdidas
No poço do sentidos
Das trevas que cobiçam
Tudo ao meu redor
Em especial minha alma

PEDAÇOS DE LETRAS

Nesta noite fria fiquei a gelar sem ti
Senti-me vazia pressa na escuridão
A falta do teu calor do toque das tuas mãos
Que me leva a viajar para longe
Escuto uma melodia doce da chuva
Embalando-me e levando-me em direção a ti
Encontro os pedaços de letras
Escondidas guardadas no sótão
Uma palavra, uma foto, uma verdade
Um sentimento guardado de amor 
Que foi e já não é, guardei, rabisquei
Esqueci, sofri, guardado calado

SOU O MEU PRÓPRIO

Sou o meu próprio carrasco
Despojada de palavras lidas
Num livro jamais escrito
De sonhos gigantes 
 
Nos confins da alma
Fazendo dos nãos talvez sins
Limites de alguns instantes
Letras cativas de solidão
 
Busquei na procura das virgulas
Perdidas dos que se desejam
Nas carnais sensações que despertam
As palavras despidas de desejo
 
Carrasco de corpos sôfrego de letras

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