Fantasia

ANJO DE PRATA...

Todas as noites um anjo visita-me em meus sonhos..
Em seu vestido prateado exalando ternura..
Em noites sombrias surgem para acalmar a alma..
E dar paz ao coração atormentado.
Mulher de luz, de brisa doce ao luar.
Beijo a beijo percorro teu pequeno mundo..
Como sons num compasso, cheio de sentimentos...
Invadindo seu pudor, fazendo-a minha..
Enfim, a lua envergonhada se desnuda.
Nos teus beijos eu mergulhei...
Talvez o céu me devolva a alma

Minha fada

Encabula minha fada
Minha alma tão deprimente
de pensar nas tristes horas tão ausente
Em amar a minha amada eternamente

Emudece minha fala
minha calma , meu calor tão carente
Em ver a chuva da minha janela ,
e saber que alegremente ,
Só as flores e as sementes

Desperta minha fada !
minha ternura insensata
de sentir meus dentes rangerem
no intenso frio da madruga

COMO O MAR

COMO O MAR

 

Minha vida é como o mar,

Tem marés e maresia,

Tem dia de preia-mar,

E tem outros de vazia.

 

A lua também m’ atrai,

Em noites de lua cheia,

E o tempo passando vai,

Neste luar que m’ enleia.

 

Só quando há tempestade,

Nem o luar aparece,

Só encontro a saudade,

TARÂNTULA

 

 

não sei o que peço ou por que?           

se perco um pouco a fé

se protejo ou desfaço

se puxo de novo e prendo

se amarro ou desato no ato

o touro com a marca do zorro

no logradouro da mansão soterrada

recuperada da terra só

trespassada pela estrada de pó

ressentida e banida do tráfego normal

tarântula que caiu em teia alheia

e passeia em sua espiral

 

 

PARECE

 

 

parece

mas não tem aparência

não tem forma

nem condiciona sua presença

a uma série previsível

mas que informa seu formato

ao núcleo nela contido     

uma réplica duplicada

que se reproduz nesse cenário

transformada em norma

para ser cumprida

para caber em sua medida

sem forçar a barra

sem traçar a estrada

que levará ao delírio

parece um susto no ar

um musgo a vagar

pela pedra imobilizada

tentando nela se propagar

como ondas do mar

NESGA DE AZUL

NESGA AZUL

 

Olhando a falésia escarpada,

Que plúmbea, me abisma o pensamento,

Sinto a minha alma encarcerada,

Ávida de seguir os quatro ventos.

 

Só uma nesga azul é descoberta,

Por onde entra o sol que m’ encandeia,

Nesta paisagem sombria e deserta,

A única razão que me enleia.

 

Mas, penso que apesar da mortalha,

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