Fantasia

Destilado...1

Por destino embriagado

Entornei-me pela vida

E quando dela for despejado

Dêem-me um copo à saída.

 

Ébrio demente

Esquecido das gentes

Deambulei vida fora…

Vagueando por bares

Sem rumo nos olhares

De onde caí borda fora.

 

Marinhei em balcões

E voei em balões

De álcool inflados…

Por sopros de pinga

Na noite que finda

Entre copos entornados.

 

Penallty’s bebi

Traçados pedi…

E encontrei-me no chão…

Por qual dilúvio bíblico,

Do Vagabundo...

Quando por fim a Lua acorda

E se espreguiça pelas ruas…

Vagueando te encontra

Nessa noite em que perduras.

 

Pobre Vagabundo

Que tens no tecto do mundo

O tecto do teu Lar…

Que te acolhe a alma,

Perdida,

E por escola te dá a Vida,

Por onde andas a vaguear.

Aprendeste-lhe a dor,

E o sofrimento,

Conheceste-lhe o desalento

E foste ainda mais além…

Cursando letras de amargura

Leste nas linhas da ternura

Que o Amor não é…

De Ninguém.

 

1 copo para a noite

Transborda o copo devagarinho

Gota a gota

Que no seu caminho,

Me alimentam a inspiração…

As palavras saem correndo,

A cada copo que vou bebendo,

Dando asas

À imaginação.

 

…e sai um ponto, uma pinta.

Reticências…exclamação!

Mais um copo,

E outro ainda,

E há uma nova finta,

Que o tinto dá

À solidão…

 

...Que como o vento,

Sem graça!

Correndo em surdina.

(Pela memória

Que já me é lassa)

Como uma ténue neblina

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