Geral
Serviu-me coquetel com dose de morte
Autor: Adriano Alcantra on Monday, 13 May 2013Sou-me mil corpos devastados, Escrevi-me vinte em mais de mim Poetas vivos esquecidos Nas serras distantes da morte. Eu, não sendo o qual sou Vi-me de longe, Que eram todas as chuvas loucas dos dezembros. Que palavra grita e que letra chora? Peito fero forte pastando dédalo de idades Aos falos passageiros gostos Impossível de ser oceano num aceno No beijo dos lábios da praia Nem toque na anca do alheio Sexo do vago Desperdiçamos o cromo pé rápido das madrugadas indigentes Com falsas canções tempestivas Ao culto gemido quase ausente.
Eis o Homem
Autor: Leonardo Peracini on Wednesday, 27 March 2013
Eis o Homem
Sendo o que se é,
Encontra-se na vida a própria vida,
Trocando uma ilusão pela outra,
Eis o homem tentando,
Buscar algum sentindo.
Devorado pela fome de informação,
Esquece-se de ser o que deveria ser.
Não vive a vida,
A vida que vive sua vida.
Angustia. Decepção. Frustração.
Eis o homem,
Não reconhece mais sua imagem,
Suas profundas necessidades.
Vive, por que está sendo obrigado a viver.
Eis o homem,
A alvorada
Autor: Adriano Alcantra on Sunday, 17 March 2013
Deram-me flores que não casaram
Muito menos cinzas abertas
Pétalas barrocas salvas,
Erramos os trilhos da jovem índia
Caímos nas cinzas derretidas
Feito nata em berços
Escritos com versos no cataclismo incólume
Na estrofe anterior
Em milênios perdidos apedrejados
Quase amedrontados.
Na viagem
Automóveis triciclos nave
E lâminas de espadas matrimônio da pedra
Antes de almejar o céu
Autor: Jose Mattos on Monday, 4 March 2013
Não quero vê-la
em branco transcorrer
a vida
A SINA DA FLOR
Autor: elson mesquita ... on Sunday, 20 January 2013
Quasi
Autor: Mário de Sá-Carneiro on Monday, 26 November 2012Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
O Universo
Autor: WILSON CORDEIRO... on Wednesday, 27 March 2024Tem gente que tem estrelas
já nasceu estrelado
luz própria, competência sideral,
está pronto para iluminar, cantar,
tem gente que nasceu para ser
parceiro e amigo universal
Tem gente que tem asas sábias de voo,
mas não pretendem voar!
Como as estrelas nasceram para servir
e com humildade e apenas
sorrisos iluminar.
Tem poeta que deixa belo o alfabeto,
produz dialetos de amor
Informam que amar vale a pena
e a pretensão não deve ser
pequena
Equilíbrio Precários
Autor: Francisco Ferreira on Saturday, 23 March 2024(A minha poesia)
Autor: Eduarda Barbosa on Thursday, 21 March 2024(A Minha Poesia)
A minha poesia não é perfeita.
Não tem rimas nem métrica que a sustenha.
É feita de risos e sofrimento,
mágoa e contentamento,
palavras e pontuação mal colocada.
A minha poesia não é perfeita.
É como a vida: incerta e corriqueira,
corrida como um dia atrás do outro, sem sobressaltos,
Mas às vezes, a minha poesia é como o coração
e bate descompassada.
Irrompe qual rio fora das margens,
jorra como fonte desgovernada