Geral

Coração em desassossego

Coração em desassossego

 

A sensatez do tempo não esconde o meu cansaço.

A impaciência da minha alma

Busca a revolta que é só minha.

Por trás dos teus olhos, há um ar misterioso

Que me encanta e me desassossega

Um desassossego bastante persistente,

No meu espírito excessivamente exausto.

Encontro-me perdida, ultimamente.

Minha alma contorce-se.

À noite, caminha serena

Deixando-me mais corajosa e ansiosa

A ouvir a minha música, a contar estrelas…

Palavras ao vento

Palavras ao vento

 

 

No amor

Não soltes palavras ao vento

São balas perdidas

Num coração enamorado

Palavras ao vento não movem pensamentos

São mentiras, Sorrisos fingidos

Sentimentos vazios, amores traídos

Bombas que caem sem razão

São dores conformadas pela própria dor da ilusão

São pensamentos sem amor

Sorrisos de tristeza que se escondem

São línguas de fogo sem calor

Palavras doces o vento pode pronunciar

No frio cálido de uma voz entontecida

Minha mãe

Minha mãe

 

Ser sublime criado por Deus

Figura que dá contorno e luz à minha vida

Meu porto seguro

Binómio sagrado, que Deus fez

Para me dar colo

Para me amamentar e me dar carinho

Para me ensinar os primeiros passos…

Minha Mãe

O pilar da minha vida

Que é capaz de me colocar

Um brilho nos olhos e um sorriso

Quando me vê chorar

Minha flor de primavera

Meu céu estrelado

Nas noites frias de inverno

Minha mãe

O teu perfume

O teu perfume

 

A lua inspira-me

Quando brilha no firmamento

O vento frio traz-me lembranças

Do teu cheiro

A sensação de cada olhar teu

Desperta lembranças vazias

Levando-me àquele lugar especial

De sonhos e ternuras

Onde a noite era tão luminosa

E juntos admirávamos as estrelas

O cheiro do teu perfume

Embriaga-me cada vez que te recordo

E faz-me parar no tempo.

Fecho os olhos e procuro-te

Entre a brisa gelada4

Que o vento espalha pela noite

Os poetas

Os poetas

 

Às vezes se apaixonam por musas

Silenciam, argumentam, discutem

Com a folha de papel e a caneta

No final do dia quando anoitece

Procuram a paz

E quando se encontram a sós com a alma

A poesia acontece!

Tiram dentro do peito a Emoção

Aspirando o aroma da poesia

Os versos que escrevem

Vêm de dentro do coração

As almas dos poetas

Não as entende ninguém

Escrever, é a sua terapia

Conjugam o verbo amar

Em perfeita harmonia

Rumo ao infinito

Rumo ao infinito

 

Em teus olhos

Vejo uma metamorfose ambulante

Tuas pupilas são o meu mundo

Não sou bipolar, sou flutuante

Elas expressam calma

E se idealizam na certeza do infinito

Tua voz habita no silêncio da saudade

O Céu está tão distante

Que Minh ‘alma sofre de ansiedade

Sou infinito de contradições

Sou complexa para ser explicada

Muito confusa para ser entendida

Sou um poço infinito de palavras

Jamais fui compreendida

Costuro o infinito sobre o peito

Utopia

Utopia

 

Harmonia que vem do meu interior

Sentimentos que materializei

Sem permissão, vindos da aurora

No jardim do meu olhar

A utopia está lá no horizonte

Favorece a felicidade que tenho

É de poesia que vou vivendo

De mar de rosas de céu estrelado…

Este emaranhado de sensações adormecidas

São uma visão fantasiosa, contrária ao mundo real

Refle um brilho obtuso e hipnotizador

Meus olhos brilhantes se enchem de lua cheia à meia-noite

Fantástica viagem que faço em busca

Sombras

Sombras

 

Meus olhos se encheram de emoção

Diante das águas tranquilas do rio

Um sorriso iluminado acompanhou o meu olhar

Por entre os orvalhos da saudade

Tu estavas lá, olhando o rio

Com teu ar sereno e misterioso

Rodopiavas em pensamentos ao som do barulho do vento

É quase outono, o sol já se esconde envergonhado

Por entre as folhagens das árvores que teimam em cair

Como um pescador de sonhos

Alimentas a alma nos reflexos das águas do rio

Meu coração é uma folha solta no ar

FUNDÃO – AMÁLIA, A MAL AMADA…

FUNDÃO – AMÁLIA, A MAL AMADA…

Nos tempos do Estado Novo, as três “modalidades” para entreter o Zé Povinho eram Fátima, Fado e Futebol.

Em relação ao mundo do Fado, as artistas eram do povo, da gleba, das Beiras, e não evitavam que fossem conotadas com o mal, o pecado, o maligno, pelo menos aos olhos do regime.

Longe estavam os tempos em que o Fado seria considerado pela Unesco como Património da Humanidade, longe os tempos do Fado para inglês ouvir.

FUI À SANTA LUZIA

FUI À SANTA LUZIA

Há anos prometi que um dia lá iria. Agora, em Setembro de 2018, concretizo esse desejo antigo.

Ainda de manhã, na varanda da casa, observo a parte sul verdejante da Gardunha, mais a poente chega-me o som do ribombar dos foguetes.

Na espera do autocarro municipal, o batuque dos Bombos e o jovem Rancho Folclórico de Silvares, fundado em 1947 por José Valentim; à sua morte sucedeu-lhe na direcção a sua filha Ilda Valentim Mesquita.

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