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A Dama de Negro II

II
VOZ
 
 
 
 
Escondida do mundo, escondida em mim.
E vivo assim, estou e não estou.
Como uma dama de negro
Eu sou.
 
Na toca escura, reprimo-me.
Enclausurada na minha prisão,
Nas minhas mãos a chave,
Mas estou trancada dentro de mim.
 
Triste é viver sem existir,
Dá-me vida. Dá-me corpo.
Ar e movimento,
Som e melodia.
 

A Dama de Negro I

I
INTROSPECÇÃO
 
 
 
Habitas a minha mente,
Há tanto tempo te concebes aí dentro,
Estás em mim antes de ter noção de ti,
E desenhei-te as formas todo o tempo...
 
A contemplar-te tenho estado,
Percorrendo os caminhos mentais,
Mil léguas íntimas tenho desvendado.
Olho e enxergo...
 
Ali jaz.
Embebida num cálice negro,
No covil da minh'alma,

As cores do mundo

                      Por vezes me sinto perdida

                      Ou presa em reflexão

                      Em pergunta metida

                     Enclausurada paixão

 

                   Porque amar assim?

                   Inadvertidamente profundo

                  Puro da cor do jasmim

                 Branco, com as cores do mundo

 

                  Haverá quem por mim tenha,

                  Esse amor? Eu...um sêr único

                  Quero que a coragem me mantenha

Criar

Criar

Criar é aprender e persistir

é correr uma maratona a chorar e a rir.

 

É soltar a voz e pensar a cantar

é pintar com todas as cores e escrever sem parar.

 

É sonhar para acordar ao teu lado

agarrar o chão e levar-te pela mão.

 

É desenhar-te na minha mente

partir de barco e viajar eternamente.

 

Cãibras

Cãibras

 

O que você quer? - Perguntei.

- Quero beijos de língua molhada. - Disse ela.

Aonde? - Perguntei. -

- Aonde você alcançar. - Disse ela. -

Resumindo, lambi tudo. Você já teve cãibras no maxilar?

Eu já.

 

Charles Silva

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