Geral

Serviu-me coquetel com dose de morte

Sou-me mil corpos devastados, Escrevi-me vinte em mais de mim Poetas vivos esquecidos Nas serras distantes da morte. Eu, não sendo o qual sou Vi-me de longe, Que eram todas as chuvas loucas dos dezembros. Que palavra grita e que letra chora? Peito fero forte pastando dédalo de idades Aos falos passageiros gostos Impossível de ser oceano num aceno No beijo dos lábios da praia Nem toque na anca do alheio Sexo do vago Desperdiçamos o cromo pé rápido das madrugadas indigentes Com falsas canções tempestivas Ao culto gemido quase ausente.

Eis o Homem

 

Eis o Homem

 

Sendo o que se é,

Encontra-se na vida a própria vida,

Trocando uma ilusão pela outra,

Eis o homem tentando,

Buscar algum sentindo.

 

Devorado pela fome de informação,

Esquece-se de ser o que deveria ser.

Não vive a vida,

A vida que vive sua vida.

 

Angustia. Decepção. Frustração.

Eis o homem,

Não reconhece mais sua imagem,

Suas profundas necessidades.

Vive, por que está sendo obrigado a viver.

 

Eis o homem,

A alvorada

 

Deram-me flores que não casaram

Muito menos cinzas abertas

Pétalas barrocas salvas,

Erramos os trilhos da jovem índia

Caímos nas cinzas derretidas

Feito nata em berços

Escritos com versos no cataclismo incólume

Na estrofe anterior

Em milênios perdidos apedrejados

Quase amedrontados.

Na viagem

Automóveis triciclos nave

E lâminas de espadas matrimônio da pedra

Quasi

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...

Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

Sonhar

Um olhar carinhoso para o céu
das estrelas sem dono
é apaixonante todo o brilho
que risca o infinito constelar
onde os seres flutuantes voam
empolgantes
um olhar cativo , de mãos dadas com o seu grande amor .
oh que alegria!
que viagem sem mistérios
observar luzes que acariciam ,
toda esta visão é fantástica
todo trajeto em viagem noturna
de um escuro tênue
continuam o voo de mãos dadas
oh viagem linda em se percorrer!
ela diz ao amado :

Beijo

Beijo

Me ocultarei de caras nefastas
-mas criança, não queira que a vida passe
o beijo de Judas,a quem insista
o mundo é um livro para colorir
cor vermelha, será o meu céu de vida casta

Minha mãe tem uma dor enraizada
Judas tem raízes de Adão
seu beijo reverberou tanta dor no mundo
eita dor no mundo, triste apática
difícil resolver essa dor danada

Gerações

Pai sem filhos
palhaço sem circo
a solidão permeia o escuro quadrilátero
a saudade e apaixonada por este lugar
a vida sempre guarda
flashes anestésicos
duma história infantil
não sei, não sei
o que mostra o espelho juvenil
qual destas é difícil em seguir
Peter Pan ou Alice nos Países das Maravilhas
qual destes mundos
é o menos hostil
sempre ouvi: vai onde queres
onde terás muito prazer!
Poderás ser um pequeno príncipe
no mundo de Exupéry
acorda, acorda pra vida não desistir

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