a falésia desmedida
Autor: António Tê Santos on Friday, 11 November 2022os versos ecoam no meu pensamento para que eu me afaste da trivial compreensão dos factos e me baseie numa redoma deslumbrante onde logre ouvir os seus juízos fulgentes.
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os versos ecoam no meu pensamento para que eu me afaste da trivial compreensão dos factos e me baseie numa redoma deslumbrante onde logre ouvir os seus juízos fulgentes.
as quimeras amplificam os sentimentos guardados em caves taciturnas com divagações que escorregam para o núcleo duma poesia que incentiva a regeneração do mundo através de versos concludentes.
há ideias que melhoram o ar que respiramos pelas frestas das leituras estampadas nos destemperos que praticamos; e há ideias que nos reinventam após o juízo subir a montanha escarpada dos nossos constrangimentos.
É preferível expressar o tempo como algo mensurável, Demonstrando o falso conhecimento sobre tal. Porém o Poeta o expressa como realmente é, De forma imensurável e incontrolável. Sabendo que o desconhecido inevitavelmente é mais belo e atrativo.
os meus ditames têm uma segurança desvelada pela experiência quando estoiram um angustiante gradeado para se agruparem em letreiros perenes que têm a veleidade de espremer a tragicomédia dos instintos para hospedarem a razão.
segreguei os arroubos da vida numa redoma imersa no fado inconsequente da minha juventude onde a exuberância foi entornando um elixir corrosivo sobre as viagens em torno de mim.
há vocábulos que surpreendem ao cismarem na fuga de quem já não tolera as rivalidades; que atrofiam o passado para se inteirarem das suas obrigações; que revolvem as palestras fictícias com a sua evolução.
volatilizo-me quando olvido os sussurros da vida e os seus implantes cruéis; quando avalio a maleabilidade que cinge a minha loucura; quando rejeito o sofrimento legando ao meu exílio nuances promissoras.
a alma tem o dom de suster as desinteligências e de redimir a ambição quando é transportada desde a frontaria do despotismo através dos carris da sensibilidade.
O Mago não tem casa nem morada.
Habita o mundo inteiro
sem países nem fronteiras.
Identifica-se apenas com o Ser sem nome
que é Tudo em todos.
Sª Mª Feira, julho 2018