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manifesto o meu desapreço pela vulgar convivência; pelos assomos irracionais baseados na tradição; pelos profetas ilustres que comovem as multidões; pelas promessas de bem-aventurança que fervilham nas urbes.
redijo missivas que trespassam os meus litígios mais prementes; que desarmam os desfiles onde as requintadas imposturas se transformam em verdades consagradas; onde o declínio enleante é varrido pela minha intrepidez.
um temor insensato ecoou nos meus desaires e nas minhas contrições; instituiu o exílio no meu labor rotineiro; juntou à minha alma deprimências tormentosas; produziu a misantropia com o advir da liberdade.
elaboro versos que expandem os atributos da minha liberdade após tantas digressões mundanas; que integram uma harmonia decorrente das benfeitorias que assimilei; que emergem como sustentáculos da minha ambição.
as odes sublimes são contaminadas pelas impurezas mundanas quando os poetas revelam as suas tensões; quando desenrolam as suas angústias para firmarem juízos perenes; quando transpõem antros grotescos para observarem a existência banal.
no núcleo das nossas almas há conflitos que buscam a moderação; há intentos perversos que transformamos em benevolência; há qualidades fulgurantes que alicerçam a nossa esperança; há pressentimentos inusitados que nos afastam dos malefícios existenciais.
recordo os lugares deteriorados onde permaneci arredado da minha própria imagem; o prazer em escandalizar a convivência com os meus devaneios infantis; os logros que suportei pelas alamedas da minha imaginação.
há gente que serpenteia pelos palcos da hipocrisia: que penaliza a vida com os seus discursos zelosos; que contamina os outros com os seus descalabros emocionais; que oculta as suas ignóbeis atuações.
escrevo versos inspirados pelas asperezas derredor; pelos ambientes obsoletos onde se converte a existência numa moda triunfal; pelas guerrilhas emolduradas na berma duma reprovável ascensão.
noticio as brigas onde me envolvi quando transbordava de amargura; quando infringia a moral vigente com um excêntrico existir; quando transpunha o túnel da memória com atuações provocadoras.