Política

Vamos Aplaudir de Pé Como Homens Errados...

Vamos aplaudir o golpe célebre. 
Os olhos vendados de celhas e cílios burros
O nosso incôndito senso de "eu estou certo"!...
Somos desorganizados, rebeldes e duros. 
Vamos incidir como os Incas e Espanhóis
Numa batalha desvantajosa e incompassível. 
Pois o tempo se afogou no mar com os caracóis 
E a cicatriz descosturou a nossa inconexão...
Bocas fechadas, bocas de fachada.
Poderes quantos poderes...
Quantos capazes de realmente sairem da situação...

Sujeito Alienável

A televisão ligada 
Controle remoto na mão. 
As reclamações sem fundamento
A barriga explodindo... 
No pátio havia muito limo
E alguns pedreiros fazendo cimento,
O cérebro em pura mentira esfarrapada 
Pura alienação se autodestruindo por dentro.
A proposta barata 
As roupas baratas... 
O sangue de barata.
A casa emprestada. 
Os agentes da morte do esgoto todos de pé e sorrindo. 

Reestamentalização Social

Nós, que tanto reclamamos das questões políticas
Mas fugimos de todas elas depois de suas épocas...
E sendo assim, lançamos fragmentos de uma crítica
Que talvez tenhamos escutado semana passada,
De alguém que entendia o assunto.
Nós, que clamamos no osso por uma reestamentalização social
Quando o Estado se tornou vago
Quando o benefício não foi pago!...
Quando eleitorado vendeu o voto...
Lembram de 97? 
Então. O pataxó hã-hã-hãe agradece!

General da Guerra

Encalamistrei-me quando fui profundo...
Todos me avisaram e me fiz de surdo.
Todos desistiram. Fui um ser colérico!
Estas memórias... Estas memórias fluem
Elas só fluem. Das ruínas onde flanei
Sem qualquer sistema numérico
Recebi convites forjados
Agora não posso reclamar das dores formidáveis
Agora, só o barulho da chuva.
Da minha chuva. Mas chuva de lágrimas
Chuva indesculpável.
Sou um general da guerra, trago a farda manchada

A Urna.

Apenas a Índia havia testado aquilo
(A Urna, o instrumento...)
Mas aqui, aqui dentro
Aqui foi onde teve a quebra do sigilo. 
Os mecanismos de controle 
A desculpa nos benesses
A Urna e o balde.
Dezesseis vota mas não é preso 
Cenário no mínimo, questionável.
A Urna...
A fraude
O crime. 
O esmo imutável!   
 
06 . 08 . 2014

Roubalheira

Estão roubando o carteiro

Não recebi as cartas que eu esperava.

Estão roubando a carteira

Não comprei o pão para matar minha fome.

Estão roubando a bandeira

E até o pedestal!

Cadê a Polícia?

Entraram em greve.

O carteiro entrou em greve,

O gari entrou em greve,

O bombeiro entrou em greve,

O enfermeiro entrou em greve.

O que realmente precisa

É que o governo entre em greve!

Edson e o Calabouço

Mataram, há cinquenta anos, os sonhos que insistiam no Calabouço.

Dura, fascista sentença que a gente do burgo proferiu,

após marchar para Deus.

Dura e fascista sentença contra um jovem que pecou

pela ingenuidade de acreditar e de sonhar outro País.

Dura sentença nazista que tal como zumbi do Mundo terceiro

ainda vive entre os covardes. Ainda vive entre os hipócritas,

sempre prontos a trocar a independência

pelas migalhas que a Elite lhes atira.

Ainda vive entre a canalha falsa moralista

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