Prosa Poética

Na mansidão da solidão

Na mansidão da solidão esfregam-se elipsoidais silêncios
Profanos, embriagados, gravitando na imponderabilidade
Do tempo sequestrado no proscênio de uma hora atazanada
 
No travesseiro da noite encosta-se esta escuridão desgrenhada
Toda ela uma miríade de (in)tranquilas preces ígneas e alucinadas

Um simples silêncio

Numa hora tão urgente surge este silêncio felino
Em desatino está o tempo repleto de ecos mofinos
Alcalinos são os lamentos suplicantes e malignos
 
Sinto na adrenalina das palavras um desejo fluir tão traquino
Sinto a manhã embriagar-se de silêncios másculos…quase clandestinos

Indisfarçavelmente

Indisfarçavelmente o tempo recua um centésimo de
Segundo ao ruir num excêntrico silêncio descomedido
Canoniza e enaltece aquele eco síncrono e tão ensurdecido
 
Indisfarçavelmente a noite sucumbe abarrotada de breus fugidios
No cárcere da escuridão dormita um uivo desgrenhado e desnutrido

Pages