Prosa Poética

Ressurreição

Eu não irei voltar! Não volto ao refúgio carnal que de seu asilo trancafiou-me. Quase um século de volúpia contra meu prazer, cativando a soberba do ego; décadas de ignomínia sob o solo dos ratos beirando minha masmorra. Bastardos do rei, poderoso rei, vilipendiou-me nas frestas da esperança, quando vosso austero coração derretia conforme o batimento de teu filho queimava na peremptória piedade não atendida. Afogado pelo sangue opressivo que cachoava, infelizmente, meu funesto corpo; o mar vermelho de minhas entranhas banha o sol como a vertigem de marte.

Peixe

Eu conheço bem a amargura
condutora lacrimal
é a salinidade da vida!
Um par de botas desgastadas
Obriga a rota repensar
Rio particular , meu aquário ,
Não ensina
Os atalhos da luz.
Conhecer a dor
Dentro e fora deste casulo
Um pinguinho de bem
Distante da amargura lacrimais .
Conheço o sal destes dias!
Recordo a criança
E seu mundo sem abalos.
Era assim, antes das botas desgastadas
De percorrer léguas ciganas
Havia felicidade
Na vida de aprendiz.

Reminiscência

Todo dia infelizmente esqueço de alguma coisa. Quando não é um horário, é um compromisso importante. Me peguei uma vez errando o caminho pro trabalho, sendo que minha rotina é a mesma: passar o café, um pão com manteiga, colocar meu terno e ir ao trabalho. O gerente lá da empresa já pegou muito no meu pé, às vezes porque não lembrava até o número de telefone dos revendedores deles.

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