Soneto

A Geleira

Transpasso paredes aparentemente intransponíveis
Quem me dera que fossem corações
Ouço, mesmo na mudez da minha fala e ações
Quero de volta o amor que tornaram indisponivel.
 
 
Geleira do continente, a grande tristeza particular
Viver de divisas anulações, sangrar e não morrer!

Quando Deus e o Diabo Dançam

Entre Ásculo e o sal próprio à Taprobana,
Um corvo na penumbra que remonta     
Ao lúgubre, insalubre da reponta,
Num tecto falso fiado a filigrana.

Volteia a valsa entre pírrica e cadmeana,
Como se em Lynch, a heurística desponta.
Na bandeja, a cabeça salda a conta
Que jamais La Palisse olvida ou sana.

Cotidiano

Da cansativa labuta em tempo desfavorável
E justo! ainda careço do segredo da feliz sobrevivência
Porém, não é a esmo que sou triste com frequência
Povoam minha vida o amor imponderável.

Aprendi também a lidar com fantasmas e problemas
Não tenho fortuna, tampouco medo
Existe luz para afastá-los, eis o segredo
Há homens que o mal é um grande dilema

Qual flor

Qual carrasco nato que nega piedade
É a tristeza na vida de muita gente
E na busca da última estrela cadente
Para iluminar o universo de felicidade

 

Qual a flor majestosa em todo jardim,
É a beleza de quem esquece a maldade,
Quem faz planos para a santidade
E na sociedade ordeira não faz motim

 

VIAJOR SEDENTO

VIAJOR SEDENTO

-a distância valoriza o lar-

 

Autor: Raimundo A. Corado.

Barreiras, 15 de março de 2014.

 

Viajando há mais de semana;

Na ânsia, de para casa voltar;

Entocado aqui nessa cabana;

Sentindo distância do meu lar.

 

Lá em casa, é um lugar santo;

Vive incensado, naturalmente;

SEXO COM O BOLSO

SEXO COM O BOLSO

-o preço de um programa inexitoso-

 

Autor: Raimundo A. Corado

Barreiras, 26 de fevereiro de 2017.

 

Embriagado, cantei uma quenga e saí;

Dormi, deixando à vista minha carteira;

Acordei, procurei a quenga e não a vi;

Havia apenas um bilhete na cabeceira.

No bilhetinho, dizia que me prostituiu;

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