Tristeza

Copo de Balão

O copo de balão

Aperta-me o coração

 

Não sei o que sentir.

Não sei o que dizer.

Não sei onde ir.

Não sei o que ser.

 

O copo de balão

Aperta-me o coração

 

Quero chorar e não consigo

Quero estar contigo

Ao mesmo tempo

Que te quero distante.

 

O copo de balão

Aperta-me o coração

 

Evito os teus retratos no meu ecrã

Que levam a sanidade

E fazem crescer a saudade

De quando a vida era sã.

 

O copo de balão

porque não consigo escrever sobre ti?

n sei bem oq deveria sentir
 
n sei bem como deveria reagir
 
a saudade corta-me por dentro
por fora fica meus olhos 
 
aguados
 
sentindo a tempestade 
perdendo a criatividade
por que n consigo escrever sobre ti?
 
a resposta é simples
 
pq quando começo a escrever
  
lagrimas rolam do rosto e chegam ao papel
 

Pensamentos

Desviei de todos os pensamentos
para não poder em ti pensar,
pensei sobre teu fim, mas sim, ignorei,
jamais esse final foi possível.
Todos na vida te nivelaram como cuidadora,
cuidaste de mim e do mundo
como quem cuida das ervas da mata;
cuidaste dos pares ao lado
enquanto a dor te castigava.
Senti-me vazio naquele hospital,
foi dolorido imaginar tua morte
ante aos órgãos desligarem. Eu sabia,

Poema branco

Eu vivo num constante azedume
Onde o amor não me consome,
Aqui, sozinho preso no cume,
Aqui, a tristeza que não some.
A monocromia me descende,
No preto e branco postergo,
Sem cor nem luz que acende
Uma vida boa no meu termo.
Sou retrato sem o reflexo,
Notas de versos em branco,
Quem me vê fica perplexo
Lendo o poema jamais brando.

Minha alma é feia

Queria falar sobre belas coisas,
mas a minha voz grita na feiura,
canta e diz com uma forte gastura:
morro na mudez das vidas afoitas?

Reencarnarei afundado na miséria,
sinto angústias de vidas de outrora,
barqueiro da água negra à fora?
Quiçá Poseidon da seca matéria?

Martirizado e Jó vai de alicerce,
ensina-me, sofredor de tristeza,
ensina o ensaísta duma torpeza
a brilhar na escuridão que me enferme.

Vazio de Natureza

Contrário a Alberto Caeiro, sinto-me vazio,
Vazio não só das partes do meu corpo, mas da Natureza,
E da vida, reles vida consumindo-me as raízes,
E dos preâmbulos da morte regando a lama,
E de tudo que nada planta sentido.
Sou um homem da Realidade constante,
Sou um relógio sedimentando o fim,
Sinto-me vazio de Natureza e temporalmente perdido.
Uma muda do século passado,
Já não há jardineiro fitando-me,

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