o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Thursday, 14 September 2017o sentimento flui numa paisagem que se estende desde o orifício das ilusões até ao imponente olhar que agride a nostalgia quando dilacera as missivas que enredam a solidão.
o sentimento flui numa paisagem que se estende desde o orifício das ilusões até ao imponente olhar que agride a nostalgia quando dilacera as missivas que enredam a solidão.
Tome-se por má comparação que seja, o vicio do cigarro – que coisa louca
Não é raro que recebendo um convite
Para encarar de frente o pelotao de fuzilamento, se vá de bom alvitre
Só pelo gosto de uma derradeira vez leva-lo à boca
Ou aqueloutro que em vida que vai longe era ordeiro e dedicado moço
Agora mal chega a noite se isola no quarto pretextando qualquer mentira
Abre a janela com pressa de aceitar o convite da vampira
E goza de antemão a morte pelo prazer de entregar o seu pescoço
“MEMÓRIAS - BEIJAR TEU BEIJO”
(Minha lágrima no teu beijo carente, sem chegar a sair de mim é onda salgada que se espraia em utopia fervescente..)
Guardo esse olhar límpido como dois lagos
E na memória o cheiro do teu corpo confidente
Prende-me tua pele ao perfume dos teus seios
Ondulante, dardejante envolvido nos meus afagos
Na amargura do partir ficou apenas esse beijo ardente.
Revejo os teus olhos de um azul cintilante
Faiscando na última noite voluptuosa