Viseu
No Rossio;
O chão manchado de cinza escura
Dos guarda-sois de folhas e ramadas cruzadas
Como o cumprimento desta gente
Possante, como mãos calejadas
No Fontelo;
As frescas correntes poéticas
Propulsão as batidas das palmas das folhas
Naturais e ternas
Os pavões esboçam chiquezas e intensidade
O lobo, reavia os asquerosos comidos e cálidos
Repudiados por ricos desafortunados
Medrosos como pavões apavorados
O REAL?
O real, a realidade, o verificado, o existido, o provado, o sentido pelos sentidos?
O real, o conhecido, o que passa, o que passou, o que virá, o pensado pelos pensamentos?
INSPIRAÇÃO, MINHA!
Minha inspiração é minha!
É minha, a minha inspiração!
Subjetivamente, só minha será?
VERDADE?
Ó busca incessante!
Ó caminho de pontas, tramas, dogmas, merdas e brilhantes!
Ó teoremas, teorias, dogmas novamente, alegorias...
Ó mente... Para ti mesmo: mentirias?
Verdade?
...EIS O HOMEM...
...
Eis o Homem...
O Homem! Parido aos poucos... Inventando-se em parte! Em outra parte, não inventado...
No espaço, no tempo, na realidade, na natureza, na existência...
Na vida, na sobrevivência...
Eis o Homem...
MAS O QUE É SER FELIZ?
Feliz...
Infeliz...
Felicidade...
Infelicidade...
Mas o que é ser feliz?
Mas o que é ser infeliz?
Mas o que é felicidade?
O PRAZER HUMANO!
Como chegamos aqui?
Como somos o que somos?
Como nos construímos?
Como conseguimos?
Tanta coisa pode ser citada!
E tanta coisa pode ser esquecida!
O SOFRIMENTO HUMANO!
Universal? Sim, absolutamente universal!
Atemporal? Sim, absolutamente atemporal!
Existindo a Humanidade: presente, intrinsecamente interligado caminhará...
Acompanhado-a! A Humanidade sempre com ele, o sofrimento, viverá!
A Epopeia de Gilgamesh!
água
Se não fosse você
Quanti dolci
Pensier, quanto
Disio!
Dante
Ah, se não fosse você...
O que seria de mim
O que seria de meu viver
Tudo teria um fim,
Se não fosse você!...
Se não fosse você...
Bem mais que certo não existiria
Esse poeta que te adorna tanto,
Mais ninguém ele amaria,
Ah, se não fosse você...
Se não fosse você...
Eu não mais viveria a sonhar
E a dor seria minha efígie