SOU VOVÓ
Autor: maria nazare pe... on Tuesday, 22 April 2014
SOU VOVÓ
SOU VOVÓ
O Dom de Ver
Há o ver, e há o dom de ver
Há o ver um piano, e há o dom de tocar num piano
Entre o ver e o dom há a experimentação
Gostar do piano ao vê-lo, ou ouvi-lo não é o um dom
Tocá-lo sim é um dom
Olhos são como instrumentos para o ver
Mas há o dom de ver, que vem do perceber
Isso nas mulheres se chama intuição
O perceber só tem ligação com o presente e o futuro
É a dinâmica da percepção, não se percebe o passado
Você pode lembrar, mas ai já não é mais o perceber
TROTE COREANO
Trimm Trimm Trimm
- Malásia Airlines bom dia
Bom dia moça, é que tô com um problema aqui em casa
que eu acho que vocês é que podem resolver
- Pode falar senhor, esta ligação está sendo gravada
É que tem um avião parado lá no meu quintal, e tem um monte de gente com cara de Coreano me pedindo arroz. A senhora tem arroz ai pra dá pra esse povo todo? É porque já comeram o arroz todo aqui de casa.
- Infelizmente não posso ajudá-lo senhor, tenha um bom dia
O tempo avança a cada palavra, minutos..
Minutos se transformam em horas..
Horas em dias
Dias em meses
Meses em anos, anos em décadas,
Décadas em milênios
E o mundo cada vez mais pequeno...]
As últimas gerações tão bem educadas
Seres humanos apenas existentes
Aprenderam a viver
sem questionamento..
E o tempo aponta e se aproxima..
Em nossa direção....
Estamos envelhecendo!!!!!!!!
PEREGRINO
Sou um peregrino do tempo,
de alma corroída e sem saber fixar-me,
deambulo, numa saga buscando a verdade,
procuro no passado e no sentimento,
a eloquente razão para encontrar-me,
apagando a sombra, que me invade.
Como um samaritano percorro,
lentamente a estrada da expiação,
apenas um nada, preenche o vazio
espaço que no pensamento, escorro,
dissecado no processo de reflexão,
esconjurado do seu homizio.
ADEUS MEU AMOR
Procuro atentamente em teu rosto,
um olhar, um sinal de esperança,
algo que exorcize o desgosto,
que corre veloz e me alcança.
Em teu rosto a tristeza perdura
e o meu sonho de dividir contigo
alguns anos, com amor e ternura
esfume-se no olhar, que não esqueço
minando o caminho onde sigo,
mas o fim, não é mais que um recomeço.
A tua face etérea á luz da aurora,
mãos cruzadas, segurando a flor,
marcante imagem, que não vai embora
presa ao peito, acorrentado à dor.
Inferno Virtual
Tenho falado do bem no sub mundo virtual
Mas o bem não é bem recebido nos becos e ruas da Deep Web street
É um mundo onde o mal mostra-se feio e desnudo
Mas há o bem por lá, uns tentam, outros fazem, outros falam
Tudo que é humano e desumano está lá, mas
Eu falei do bem no inferno virtual
Charles Silva
As águas correm
Sem nunca parar;
E há tanta água no mundo
Que o mais certo
É não tornarem a passar.
As flores morrem,
Mas podem renascer
Com as águas que correm
Das mágoas do ser.
São águas diferentes
De mágoas presentes
apenas porque o rio não volta.
Mas a minha vida é assim, solta,
Sem flores a renascer.
Se morrem é o fim
E essa flor acabou de morrer
Enquanto o rio continua a correr.
Sabes, é que há muito estou por minha conta,
correndo os riscos de mim, esquecidos num tempo tão meu,
vazando aqui e acolá, onde escolho ou não para vazar.