Dueto Madalena Cordeiro/ João Murty

AINDA GOSTO DE VOCÊ

42                         Agora estou carente precisando de alguém...

                       De lembranças só as boas, por favor não leva a mal! 

                                        Um sorriso como aquele...                           

DÊ-ME A TUA MÃO E ENTÃO ME ENSINE A FLUTUAR

Dê-me a tua mão e então me ensine a flutuar

Para além do horizonte onde nasce a primavera

Onde o tempo nunca passa e ninguém nunca espera

Que o amor seja um presente flutuando pelo ar

 

Dê-me teu sorriso e me permita então sorrir

Por enquanto o mundo espera pra poder te ver passar

Dê-me uma gota do que perde-se no mar

Pra que eu possa então fazer alguma flor querer florir

 

Dê-me os teus olhos pra que eu possa me perder

Entre tudo o que eu sinto e que me deixa prosseguir

FORAM AS GENTES DA MINHA GREI!

 

FORAM AS GENTES DA MINHA GREI!

 

Foram as gentes da minha grei

Que tudo me contaram

E eu sempre acreditei

Em tudo quanto falaram

 

Disseram-me dos sonhos

Sussurraram-me dos amores

Murmuraram-me das dores

Falaram-me do que era risonho

 

Não falaram da vida negada

Da verdade massacrada

Da mentira escondida

 

E eu, em vivência invencida

Fui morrendo: de venenos,

Amores e sonhos pequenos!

 

Ezequiel Francisco

SEMPRE ESCONDI!

SEMPRE ESCONDI!

 

Eu sempre escondi

Os meus sonhos e ilusões

Dos sábios e entendidos

Daqueles que foram reconhecidos

Em estudos e tratados!

Eu nunca ouvi, nem aprendi

As moções e os elogios ensinados!

 

Eram minhas as razões

Deles a fanfarronice,

As mentes delirantes,

A tosca sapiência!

Eu só ouço a minha interioridade,

A voz que clama dentro de mim!

Se não fosse assim,

Eu estudaria nos mesmos livros

Sem tempo nem idade!

 

Da Estrada

Da Estrada

Onde vai dar uma estrada percorrida?
Milhas e milhas, com intensos combates
Estará a felicidade ali? No fim da estrada?
São apenas estradas entre outras estradas
Não há prêmio ou fortuna no fim da estrada
Não há vencedor no fim da estrada
Lá só há o fim dessa estrada
Quem sabe começo de outra estrada

Charles Silva - Textos

ESTE GOSTO AMARGO NA MINHA BOCA

Este gosto amargo na minha boca
Esta boca faminta e sem desejo
Este desejo de fugir da vida
Esta vida salsa e sem importância
Esta importância que tem a tristeza.

Esta tristeza de quatro paredes
Estas paredes azuis como o céu
Este céu que não é minha morada
Esta morada de vil solidão
Esta solidão própria do poeta.

Este poeta soez, sem a amada
Esta amada presente na saudade
Esta saudade que traz um alento
Este alento que se esvai com as horas
Estas horas de uma singela tarde.

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