Sarar

A João Bosco da Silva

Há quem escreva para abrir feridas

as feridas que todos temos, que fazemos muitas vezes sem notar

Como se se olhassem ao espelho e contassem as nódoas negras e os arranhões ao fim de um dia de trabalho

Da nódoa negra e das feridas fazem poesia

que é sempre sentida mais bela quando dramática e pesada  de dor

Sangram para a fazer nascer

 

Eu escrevo para me sarar

Para limpar as feridas

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