E eu viageiro de mim

E eu viageiro de mim…

Tenho pressa de não ter distâncias,
de me encontrar frequentemente
no remanso da minha mansidão.

A espontaneidade é que me guia
pelo imprevisto dos caminhos
rumo a uma qualquer direcção…

No tempo
no espaço
que traço
num frenesim,
cá dentro
no pensamento
num encalço
fora de mim.

Por sendas e veredas me comovo
num espanto de vida e de magia,
neste bem querer, de navegar…

TAL COMO O VENTO

Ouçam com muita atenção!

Vou dizer-vos sem rodeios

Que não sou nenhum Cavalo

Que se lhe mete os freios.

 

Sou livre tal como o tempo

Flutuo em alto mar

Tenho força, tenho alento

Tal qual, como o vento

Para montanhas derrubar.

 

Sou porém, cristal frágil

Que com cuidado se lida

Serei arrastão, serei ágil

Embora sendo um ser frágil

À DERIVA

Ó vento que insistes

Em soprar em turbilhão

Não leves nas tuas asas

A essência da razão.

 

Ó chuva impiedosa

Que alagas a nossa calma

Não arrastes nas tuas águas

A génese da nossa alma.

 

Ó mar imenso, imponente!

De vagas tão grandiosas

Agradeço

Agradeço

 

Agradeço tua passagem em minha vida

Agradeço pelos muito bons momentos de risos

Agradeço pelos momentos ruins, pelas brigas

Agradeço pelo ciúme, pelos palavrões ditos

Agradeço por teres me traído só pra humilhar

Agradeço por ter te traído também

Agradeço por teres saído da minha vida

Agradeço por agora andar em paz, sozinho

 

Charles Silva

Eu, Fado

Eu, fado, negra sina do destino
Quais as penas? Pensamento...
Que sombras tristes, desatino
Não me perca o esquecimento.

Quando e qual ilusão, afronta
Me mastiga o interior?
Em que horas me amedronta
E me perco sem rubor?

Que desculpas tenho eu?
Em que sonho já perdido?
Se memórias já sou eu
E nas memórias sou esquecido.

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