Ondulações (XIX)

A luz que está a brilhar dentro de mim
é essa a Luz da Vida sem ter fim

A inconstância do tempo é o espelho
daquilo a que eu próprio me assemelho

Num voo lento o cisne une-se ao céu
onde um raio de sol resplandeceu

A quente doçura do favo de mel
alquimia da colmeia no vergel

O brando calor do forno a carvão
aquecendo esta fria solidão

Floco de neve brancura a girar
do céu à terra negra sem parar

Eis o campo silvestre das amoras
lavrado pela luz de mil auroras

Ó chuva abençoada que dás vida
à terra abandonada e ressequida

Sª Mª Feira, julho 2018

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