Porque escrever?

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(Texto original de 27/10/13, mais em http://neooneeon.com.br/)

Ontem finalmente dei mais um passo importante rumo à solidificação de minha carreira literária, escrevi as primeiras linhas de meu 2° romance-ficção. Não posso dizer que é o meu 2° livro, pois já tenho pronto um livro de contos (antes mesmo de Um Dia de Verdade) e um de poesia. Também prefiro chamar de romance-ficção a apenas romance, por saber que muita gente interpreta o gênero literário romance como algo meloso ou simplesmente romântico, que no meu caso não é o caso; da mesma forma poderia chamá-lo de romance-filosófico, mas igualmente correria o risco de confusão, poderiam pensar que é um livro de filosofia somente, por isso prefiro o termo romance-ficção, que na minha interpretação trata-se de um livro mais longo que narra uma estória fictícia.

Como havia prometido, comecei a escrevê-lo à beira do Lago São Bernardo, um lugar mágico aqui na serrana São Francisco de Paula, e pretendo manter a promessa até o fim, pois o local é realmente inspirador. Cheguei lá por volta do meio-dia, o dia estava lindo e me curou de algumas chateações e decepções mundanas, e depois de alguns minutos de meditação, peguei o papel e a caneta e começaram a sair as primeiras letras e frases, como num passe de mágica. Em pouco mais de meia hora estavam prontos os dois primeiros parágrafos do livro, daí montei na bicicleta novamente e fui para casa almoçar com a minha família querida.

Hoje me peguei filosofando sobre o escrever e me veio o questionamento: Por que as pessoas escrevem, o que leva alguém a escrever? Eu particularmente sempre gostei muito de escrever, desde a época de redações na escola, depois compondo minhas primeiras letras de música, poemas e pensamentos. A arte surgiu para mim como uma forma de desabafo, especialmente os poemas e pensamentos escritos, assim como o conteúdo das primeiras canções. Aos poucos fui lapidando poeticamente a energia da juventude e começaram a surgir criações mais interessantes, nascendo cada vez mais do fundo da essência do ser, mais genuínos e menos inocentes ou ingênuos.

A narrativa longa é um grande desafio pra mim, é a expressão artística caçula no meu caminho peculiar da Arte. No entanto, tenho a sensação que sou apenas um canal de transmissão de uma mensagem quando escrevo estórias que poderiam contar a história de várias pessoas, que possivelmente alguns poderão se identificar com situações ou personagens ali inseridos, que o conteúdo do livro poderá tocar a alma de leitores ou curiosos… Às vezes tenho a nítida impressão que não sou eu que estou criando a estória, mas que ela está apenas “passando” por mim, e me sinto deveras satisfeito com esta probabilidade, pois transmitir uma mensagem já é o suficiente para a minha verdade pessoal, sem precisar apelar para vaidades desnecessárias e superficiais.

Em suma, escrever pra mim é necessário, é terapêutico, é sublime, é registrar em letras, palavras e frases a poesia da vida, o amor à vida, escrever é celebrar a vida! Cada um tem o seu dom, cada um tem suas particularidades, cada um tem sua história pessoal, cada um tem um caminho traçado pra si, eu continuo pedindo sabedoria para continuar percorrendo o meu da melhor maneira possível, e é o que desejo pra você que lê este ‘escrevendo’ até o final. Que consigamos buscar o equilíbrio, mas que possamos desequilibrar de vez em quando; que possamos buscar colo e carinho, mas que também tenhamos capacidade de oferecê-los com doçura. E que o Amor prevaleça sempre em nossos atos e palavras, sejam escritas ou não.

 Boa caminhada!