Desilusão

PROCURA


Procurei-te nas noites de insónia,
Quando na memória,
Vagas,
Apressadas,
Passavam desvairadas,
As imagens;


Procurei-te no silêncio das madrugadas,
Quando derrotadas,
Ôcas,
Destroçadas,
As esperanças sucumbiam,
Às imagens;

QUEIXUME


Não,
Não me venhas dizer que não foste tu,
Que me arrancaste o sono das noites brancas,
E em dores me encerraste com mil trancas;
Que me atormentaste como algoz de prisão,
Fazendo-me chorar a dor da solidão;
Quando tu, fera impiedosa,
Zombavas da minha dor chorosa,
E me fazias sangrar o coração.

Para Nunca Mais Me Enamorar

Para nunca mais me enamorar,
Arranquei de mim o coração;
E para eternizar a separação,
Joguei-o para o fundo do mar;

E sem ele eu agora vou reinar,
No lúbrico mundo das paixões;
Vou enlouquecer corações,
Sem medo de me apaixonar;

Nunca mais arderei na chama,
De um amor não correspondido;
E será sempre bem respondido,
O apelo de quem diz que me ama;

Espinhoso Temporal de Mim

Outra vez o mar em sobressalto
inquietação que se abeira do abismo
nas lonjuras apaziguadoras do mar alto
que perco na longitude com que cismo.

Outra vez o céu negro, chuvoso e frio
outra vez a densa enxurrada de lama
na alagada existência que me chama
escorrendo tensa pelas margens do rio.

in "Primavera de Amor"; by Rui Silva

E num momento só meu, de pincel em riste, desenho um momento perfeito pela minha mão destravada onde a vontade de pintar novamente tomou conta de várias horas da minha manhã que nada julgava conseguir fazer até que algo me direccionou a ti…, olhei, olhei mas tu não estavas lá, porquê? 

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