o teor da minha liberdade
Autor: António Tê Santos on Friday, 30 May 2025é tempo de afirmar o sentimento onde os energúmenos se rechaçam; onde os sermões fátuos se removem; onde os litígios se dissipam; onde as náuseas já não têm lugar.
é tempo de afirmar o sentimento onde os energúmenos se rechaçam; onde os sermões fátuos se removem; onde os litígios se dissipam; onde as náuseas já não têm lugar.
quero embarcar numa nuvem impregnada de utopias para obstruir os pensamentos negativos e os sintomas decadentes; as reações emocionais que recrudescem de intensidade quando eu oiço lengalengas falsificadas.
transporto na alma a marca dos impactos severos a que resisti; as expedições que realizei para clarificar o meu destino; as cálidas noites de luar saídas da minha imaginação.
a génese dos versos que redijo baseia-se nas circunstâncias que traíram os meus sentimentos e os meus ideais; e na paz que germinou quando deixei a gruta dos impulsos para abraçar a razão.
o medo de viver resultou das minhas circunvoluções pelos lugares onde a ignorância prevaleceu; dos destemperados horizontes que entrevi; das mágoas que me cercaram e que me feriram profundamente.
os meus devaneios concretizam-se nos trilhos da poesia: através duma lógica empedernida que se alonga para além da realidade presente; através de figurações intuitivas que abraçam a minha sucinta comunicação.
pode emergir o sofrimento que eu o revogarei para gerir o meu destino: porque sou um poeta feliz quando recolho os meus problemas para os analisar; porque as querelas são uma inspiração para a minha harmonia vigente.
a minha transfiguração permite-me redigir poemas que se encafuam na alma dos leitores; cheios de episódios acidulados que sintetizam a minha vivência; cheios de subtilezas estilísticas que desaguam em análises lúcidas.
creio numa alma imune às desavenças que nos rodeiam; às mágoas incrustadas nos nossos corações lesionados; às ocorrências instáveis que preenchem o nosso quotidiano; aos pensamentos danosos que nos atribulam.
eu desmascaro aqueles que desacatam os semáforos da liberdade e rejeitam a idiossincrasia dos visionários: as suas palavras salubres que originam um supremo regozijo; as suas sublimes perspetivas de vida.