rumores essenciais
Autor: António Tê Santos on Friday, 18 August 2017as palavras são como tentáculos capturando aquilo que incendeiam quando as suas lamúrias reproduzem alvoroços que transportam o alívio duma conquista.
as palavras são como tentáculos capturando aquilo que incendeiam quando as suas lamúrias reproduzem alvoroços que transportam o alívio duma conquista.
o poeta desenrola múltiplas formas de entronizar os seus bailados nos palcos para onde transfere o sofrimento quando a sua mutação se institui e ele se afirma fecundo e irreverente.
Dos clássicos aos contemporâneos;
poetas e outros artistas,
no final são todos humanos
que procuram libertar-se
da mente masoquista.
Um dia me sentindo tão sozinho
Por uma estrada eu caminhava
Sem rumo, sem destino.
Sem saber o que procurava
Sentia que o meu mundo era vazio
E que alguma coisa me faltava
Depois de tanto caminhar
Cheguei numa encruzilhada
Havia ali dois caminhos
E sem saber qual deles seguir
E o senhor apareceu
Por mim veio decidir
Mostrou-me um caminho de luz
há uma taciturnidade abrangente que eu fixo em poesia: é o dealbar duma era benigna que arrojo contra o paredão das vicissitudes; é um marulhar de façanhas que transverto em palavras apropriadas.
os vocábulos que repercuto fluem duma terminologia airosa que se dilata pelos ramais da brandura quando a avaliação das emoções se faz por uma sintetizada garganta.
TEMPO QUE SE PERDEU...
Agora, não sei que tempo é, sei que não é o meu.
Saudades tenho de um tempo que ainda não chegou.
Sei que se aproxima um tempo, que ainda não é o meu.
Mas já é tarde porque não mais estou.
Estive em todos os tempos, não me vi em nenhum.
Isto sei que foi normal, estava ausente de mim.
Quem sabe o meu tempo já passou e não me viu.
Como poderia eu reconhecê-lo sem almenos o saber?
Nunca o vi antes dentro ou fora.
Queria bater os dedos e chamar o meu tempo.
Gostaria que ele ouvisse e viesse, sem medo.