a janela impúbere
Autor: António Tê Santos on Friday, 12 May 2017colho o bem-estar no campo híbrido da análise ao interrogar a minha existência; mas há apreensões que perduram suspensas no topo da mundanidade.
colho o bem-estar no campo híbrido da análise ao interrogar a minha existência; mas há apreensões que perduram suspensas no topo da mundanidade.
nobilito os meus desconcertos ao prolongar os carreiros imaginados: é a sabedoria que eu busco numa lixeira colossal; é um raciocínio pungido que eu transformo no envoltório do meu viver.
Simplesmente aos trapos
aos desejos de estar em solidão
Clareiam-se dores... sentimentos...
a ligação dum antro às falas do garoto que transporta na mente antecipados fervores e solicitudes imprevistas que ornamentam os seus discursos e ressoam airosos no lugar do sofrimento.
um itinerário se apruma desde a raiz do sentimento até à energia daqueles que escapam às rotineiras efusões elaborando poemas que denunciam a famigerada sordidez.
Acordei...
O dia estava um silêncio
Mas o sol estava brilhando
Não havia vento nenhum
Mas o silêncio era imenso
Aos poucos se ia encaixando
O dia era como qualquer um
Eu estava um pouco ocioso
Aos poucos recuperando o fôlego
Um belo banho
Um café forte
Um sorriso no rosto
Alegria entrando
Me sentindo mais forte
Fui até o posto de gasolina
Comprei 10 litros...
Peguei minhas roupas todas
Eu já não fazia parte desse mundo
Botei fogo em todas
Com exceção das vestes brancas
as cicatrizes rechonchudas geradas pelos alores introduzidos nas quezílias; os traumatismos imberbes em refúgios que exploravam os adulterinos procedimentos; as náuseas reunidas aos mitos que sufragaram os cândidos amplexos.
os rumores desgrenhados acumulam uma bagagem que fratura as vitrinas existenciais gerando ideias arrancadas às sequelas costumeiras (as palavras cintilam quando arrepanham os contornos frígidos que elucidam).
as emoções transformaram anacrónicos impulsos em lugarejos poéticos: os meus relatos destaparam os reveses escondidos na selva bruta e os filamentos da minha liberdade granjearam aplausos corruptos na multidão.
acalento as danças que me mantêm no rebordo da inconsciência concebendo os provimentos que geram as intempéries (inspiro discursos que perduram para lá do chão conspurcado onde evoluo).