a admirável metamorfose
Autor: António Tê Santos on Thursday, 16 February 2017os augúrios num chão repleto de constrições e nos recados díspares e sisudos que os pensamentos tateiam quando examinam os meus trinados íntimos.
os augúrios num chão repleto de constrições e nos recados díspares e sisudos que os pensamentos tateiam quando examinam os meus trinados íntimos.
há palavras que jazem em vasilhas donde parecem sair numa azáfama que conduz à degenerescência da apoteótica estrutura.
a cúpula das declarações que revestem o plaino corrosivo é azul como azul é a fera que salta sobre o cadafalso da monotonia para exaltar a relação dos poetas com os seus pensamentos.
abrem-se as portas dos usos para se exporem leis assombrosas que rondam os caminhos onde se assinalam as virtudes; que derrocam os desenganos ao tecerem fios de ternura que capturam a nossa determinação.
os regimentos que fazem entrar por um túnel o palaciano futuro investem na lhaneza e no desaforo daqueles que agarram pelos cornos a veracidade.
a luta dos comissários por pensamentos que agitem a esperança dentro dos trâmites legais; a sua catadura enervada quando as opiniões são adversas; os seus desacatos na penosa atividade de se robustecerem.
são páginas cruéis as que celebram a lucidez entrando pelos aquedutos da impostura.
a liberdade numa gaiola urbana é um chamariz que escarnece ou incendeia.
a ilibação de trovas que acendem o espírito com palavras calejadas.
o que sobeja da solidão tem aspetos que se adulteram no patim estrídulo dos usos.
a magia de quem mora do outro lado do espelho desobedecendo à sinalização.
o visceral discernimento que me perturba quando o sobreponho à realidade.
somos a realidade impressa numa certidão desprendida no vendaval.
a propaganda ecoante do nacionalista requer as fráguas do destempero para aleitar os seus mitos.
as últimas sessões da viagem em torno de mim enfrouxeceram a configuração da inocência.
o carpido negligente, reforçado pelas gruas do sentimento, abriu o cadeado da fantasia.
versejo as insuficiências que me prendem a uma vida fundada em obsoletas estruturas que circundam a idade esplendorosa que transformará a sabedoria numa agradável comunicação.
a morte consiste num episódio que administra o crescimento emocional.
a contrastante realidade apalpando sempre as ilusões que a estimulam.
a deliberação de sair à procura dos eventos que constroem as querelas.
a mentira embaraça as comunicações para se nutrir aonde o chão é adverso.
as páginas mudam-se em lágrimas que ressumbram nas toalhinhas da consciência.