páginas timbradas
Autor: António Tê Santos on Saturday, 20 August 2016o dístico da saudade está numa mancha que se estende desde uma ilha infantil: é feita de cristal e exterioriza-se nos estreitos lugares onde a devassidão avassalou.
o dístico da saudade está numa mancha que se estende desde uma ilha infantil: é feita de cristal e exterioriza-se nos estreitos lugares onde a devassidão avassalou.
os homens que se atrasam a restaurar os amplexos amorosos intentam adquirir lugares metafóricos onde se recriem facécias que destruam os murais do horror.
as rosas que ecoam são híper aromáticas e transportam a perícia em incrustar nas palavras o lume da razão; são rosas que esvoaçam na mente ao injetarem harmonias que diluem a tormenta.
ascendo os degraus da solicitude entre estrondosas representações arrastadas para uma cloaca encharcada pelos tinteiros dos poetas.
as reprimendas sofregamente se insinuam nos cômoros da virtude com réplicas que caducam a todo o momento; e os eremitérios lá longe vertem lágrimas divinas.
Pensamentos meus...
Coisa essa que não consigo evitar
Coisas que voam da cabeça para alma
Que deixam meu coração confuso
Que fazem da alma um meio de transporte
Para que o amor consiga chegar até mim
Do jeito mais rápido possível
Que faz da minha razão uma bagunça
Invade meu corpo como um carrossel de sensações
Mexe na cicatriz que havia sarado
E a faz sangrar novamente com sua presença
Não quero enxergar seu nome no meu destino
Quero escrever minha própria história
as palavras austeras estão cheias de discretos exemplos de egocentrismo que se avolumam quando o lugar é fulgurante: quando a promiscuidade se esconde atrás dum arvoredo e a vida aparece grudada ao arfar duma espingarda.