Meditação

Diário de um dia esquecido

No tempo explêndido
e contido
partirei em vagas sentidas
camuflado entre as ondas
de tantas alegrias divertidas
que por fim
inundam nossos porões
de tanta poesia
 
irrompendo o dia
tornaste-me ousado
nos ventos idos
ao dobrar cada esquina
e cada artéria que meu coração
desperta cismado em euforia
numa cavalgada e perversa arritmia
FC

A musica no silêncio

E então
a vida pode ser bela,
se assim deixarmos
que seja sorvida
em goles sinfónicos
abstractos
neoplatónicos
em cada compasso silencioso
mais atónito
que o próprio silêncio
em movimentos irónicos
comtemplando
confidente
e assincronamente
todos os silêncios que
assim conivente quero e invento
FC

Todo o (im)possível

Tantos dias
 
a tentar corresponder
 
como fogueira do amor
 
acender-te incandescente
 
e se de mim depender,
 
vou defender todos os impossiveis
 
sem contudo me esconder
 
deste fogo eferverscente
 
que ainda me ousa envolver
 
que se atiça, tarde em ceder
 
neste meu céu infinito ascender 
 
FC

Onde o Tejo se esvai...

Ainda resisto
 
sem tentações
 
sempre rumo ao cais
 
o mesmo
 
dos mesmos mares
 
onde atracamos as saudades
 
e de imediato abalamos
 
no navio transbordando ondas
 
perfumadas de ti
 
convertidas em marés vagas
 
e sois diurnos apaixonados
 
pelos raios que o meu mar beijava
 

Ao piano

Algumas belas histórias
podem ser contadas
ou cantadas ao piano...
E a nossa vida por vezes parece um piano.
Com o tempo LA nos apercebemos que o SOL
de SI também pode raiar sobre um FÁ
ou um DÓ, sem dó de MI nem de mim
mas todas elas harmoniosamente 
fazem música...
é mesmo só uma questão 
de conivência entre o tacto
e os sentimentos
que se expressam acusticamente
FC
 

Tem Que Saber Escolher.

Só tem que saber,
Tem que saber,
Tem que saber escolher!
Tem que saber, 
Tem que saber!
Tem, tem que saber escolher!...
Tem que saber se viver.
Tem que saber! 
Tem que saber!
Tem que saber escalar.
 
Índice, catálogo,
Tabela, lista... 
Tanto faz, tanto faz
Eu disse tanto faz!
(O que importa é o tamanho da conquista.)
 
27 . 01 . 2015

Tudo Volta, Até Mesmo A Dor

Volto ao início: ao poeta corrompido. 
Volto às facadas e ao mal-estar sinistro. 
Muita arrogância já correu pelo nosso trilho. 
E, como num passe de mágica, 
Como eu poderia me esquecer de tudo aquilo?!
Como poderia só continuar seguindo?
Continuar em círculos...
Como não iria perceber
O teu enorme vício maldito?
Deixa, deixa acontecer!
Que o destino só deixa quem merece sozinho. 
Eu que não quero, nunca mais depender!

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