Meditação

sufoco as tentativas de reaver a alegria quando me detenho no círculo do medo e da turbação; quando transponho para o meu caráter as dívidas emocionais que contraí; quando trucido a esperança que vagueia pela minha intimidade.

enfrento aqueles que revolvem os arquétipos da vida através de dissertações tenebrosas; através de intentos que justificam a partir de doutrinas ofensivas; através do empenho perverso em reprimir o destino dos outros.

sobrevém a alegria quando nos afastamos das nossas experiências conturbadas; quando refletimos nas disputas geradas pela nossa conservação; quando aprimoramos as nossas vidas através de sucessos perduráveis.

contesto os artifícios que se estendem pela franja do oásis que inventei; pela penumbra duma ascese onde liberto as minhas recordações; pelos lugares impetuosos onde vislumbro as abomináveis discórdias.