as metáforas que eu utilizo para ornamentar os versos derivam do meu carisma emocional e da inexcedível ternura que o acompanha; do frenético alvor que introduzo nos meus pleitos; da proclamação aos meus generosos desideratos.
concebo teorias que expandem o meu frenesim intelectual; que transmitem a serenidade de que preciso para transpor os meus obstáculos; para depositar a esperança na minha acelerada evolução.
a virtude jaz nos trilhos abandonados onde a genuína sabedoria se inspira; onde a austera liberdade contraria as tradições através duma lucidez que ultrapassa os seus símbolos obsoletos para obter a redenção.
a resiliência que possuí para combater as agruras da minha lembrança... os efeitos perniciosos das minhas contusões... os falsos amplexos que ultrapassei para encarrilar por uma intensa harmonia...
os depoimentos dos poetas fazem-me pensar na sua estrutura ambígua; nos trâmites dolorosos que eles percorrem para conquistarem a sua liberdade; nos versos acidulados que eles compõem.
longe do agressivo universo dos homens está a gentileza dos poetas; estão os templos onde se aperfeiçoam as suas ideias e se redigem os diplomas da sua agudeza; está a sublimidade das suas fantasias.
os lúgubres incidentes gerados pelas pessoas obrigam-me a catapultar mensagens desesperantes; prejudicam a minha existência e os meus afazeres quotidianos; projetam rumores fátuos que eu vou aclarando para os leitores.
vocifero contra aqueles que maculam a existência com as suas palavras impróprias; com os seus sinistros intentos que embaraçam as causas sublimes; com as suas violentas e pérfidas atuações.
sou inspirado pela veracidade quando discorro sobre a minha transfiguração; sobre as lembranças que divulgo; e sobre as ideias ajuizadas que vou desdobrando para toda a gente.
rejeito as asperezas do amor e as próteses dele oriundas; os receios mórbidos que me fizeram enveredar por muitas aventuras desvairadas; as trágicas composturas que barricaram o meu destino.