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o meu pensamento cintila quando rejeita os enlaces fétidos e as querelas superficiais; quando valoriza os relatos que mitigam os meus nichos de amargura; quando converte a minha vida num evento proeminente.
profiro discursos opostos ao famigerado cortejo humano quando expulso as minhas utopias imaturas; e quando rejeito as minhas querelas insanas para poder lobrigar os horizontes da cultura.
naufragou a minha razão enquanto tartamudeava orações solidárias neste mundo tão hostil; enquanto recrudescia a importância dos meus devaneios; enquanto injetava na minha vida capacidades que transviei.
o embaraço que ora sinto depois de desprezar as absurdas convenções; depois de me intrometer nas tragicomédias que agitam a vida mundana; depois de cingir as almas ressentidas e cruéis.
o juízo jaz sob tudo aquilo que me faz sorrir: tem profusas teias que se enrolam num abismo recalcitrante; tem a poesia como alvo nos regatos fulvos da minha inspiração; e tem um destino austero que cura os meus ferimentos.
recordo as pistas assombrosas que cursei sem que a maturidade esbatesse o meu desconsolo e a lonjura do amor; e sem que a poesia me nutrisse a alma devastada por tantas deceções.
o poeta é infeliz neste mundo conturbado; neste mundo que anula a sua inspiração através de intervenções congruentes com a urgência em sobreviver; neste mundo assoberbado por disputas cruéis.
a luxúria resvalou pelas vertentes da minha solidão: iludiu as minhas mágoas quando derivou para uma excêntrica atividade que transmoveu muitas fantasias; pungiu a minha vida quando me impulsionou para roteiros insalubres.
a minha poesia jaz no topo duma montanha escarpada donde emite as narrativas corrosivas duma rebelião interior; donde excita os escrúpulos que anulam a festa pagã que inventei; donde captura os eventos putrefactos da minha vida mundana.
os costumes ferem quando acalentam a nossa dependência; quando aplaudem a tacanhez nos exemplos que prefiguram; quando instigam os fundamentos que perturbam a nossa evolução; quando congelam os desígnios salubres que injetamos nas nossas vidas.