Mil razões

Queria contar minha história, que começou numa vaga tentativa de viver e assim sucedeu o trajeto inquieto onde deposito meus sonhos e dejetos. Sem credo sigo na esperança de outrora pelo menos morrer bem, e olha que nunca fui muito ambicioso, pedi muito amor mesmo calado, ou com os olhos que refletiam minhas palpitações… E eu que achei que não conseguiria recebi o suficiente para me manter dentro de mim mesmo e me perder nos oceanos da vida…

Quantas submersões e imersões nessa vida molhada, ou se afoga fora, ou se afoga dentro eles diziam: Chore! Você não tem porque se afogar…

Eu nunca soube mesmo nadar e olha que ainda tentei aprender, todas as vezes que me seguraram eu não confiei… nem em mim mesmo. Talvez esteja ai um grande percursor negativo em minha vida desde pequeno, a ausência dela, a tal da autoconfiança que inspira os seres …

ou talvez eu a tenha em excesso e ai descubra mais um ponto.. 

Quantos pontos sem nós, pontos sem pontos e desapontados  

desapontei-me e desapontai-vos, diria que nunca fui bom apontador

faltou-me pratica e paciência…

Mas também se aponto chego num ponto que não consigo nem desconto 

minha ortografia não vale um conto

minhas linhas não seguem um plano

minha vida as vezes é um poema em escombros 

um arranhão no chão de uma jaula, uma tentativa de endorfina na alma que dilacera a palma

entre meios e meias, verdades que uso pro bem, meias que uso pro frio

no calafrio encontrei  um fio que me ligou e nunca desistiu de mim...

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