FERVURA
Autor: betobellini on Thursday, 15 August 2013
FERVURA
Ferve no nervo
a verve
do meu verbo
Dentro do crânio
verte
um verso em febre
Não curvo-me a Deus
nem sirvo
ao Demônio
Sou servo ateu
dos meus
neurônios
O estorvo das trevas
sustenta
meu sonho
Sorvo a erva
da árvore
da serpente
Paraíso expulso
no riso
dos dentes
Por todos os poros
trans-piro
ardente
Sou o quente vapor
que da carne
parte
Num calor latente
evaporo-me
Arte
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