Ocidente

 
 
Quando do Ocidente o Sol se levanta
a água do mar que regressa à terra traz os que aí morreram
a água que dos rios que volta para o mar, devolve os que aqui faleceram     
e eu sei aquilo que a água recorda,
conheço por isso todos os males do mundo
nem eu nem ela podemos ignorar o passado...
e todo ele é maléfico, digno de nunca ter acontecido
os outros, dos metais aos animais, protegem-se encerrando as portas da perceção.
existindo como Josef K. ou Winston Smith até ao fim

Oriente

 
 
 
                              Quando o Sol se põe no Oriente

quando o Sol se põe no Oriente
os mortos levantam-se como se vivos fossem
mitigam a fome com o ar que inspiram… mas não expiram,
nem transpiram ou respiram
mas no fedor que exalam explicam que estar morto dói
e a dor é eterna como a morte
assim, e porque só
os não nascidos aplaudem a morte dos genitores:
vudu, carnival, cuba, sentaria…ou os que morreram…
buda, cristo e maomé… os ressuscitados…

Brisa de Amor

Brisa de Amor
 

Olhando para o horizonte, o olhar 
do teu rosto sorridente, onde o céu e o mar 
se encontram sem tocar 
O nu integral no mar de mãos dadas 
enquanto as carícias de vento varrem teu cabelo, 
imagem que desaparece como o sol se põe atrás do mar, 
brisa que respira desenhando um coração com tanta ternura, 
deixando o mar levar 
um amor que nunca posso cancelar.

 
PFernandes

Fruta da Vida

 

Fruta da Vida

Fiz um acordo com a vida
para nunca mais temer a morte
pois enquanto meu caminho é ida
o meu destino é a sorte

ela pediu para entregar
sem temer a dor do mundo
e faço da vida um imenso pomar
onde as frutas caem num mar sem fundo

cada fruta uma vida
cada queda é um momento
pois é infinda a despedida
a partir do nascimento

nesse acordo sem papel
escondo e esclareço
pois do tempo sou réu
e o fim é sempre o começo

 
PFernandes

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