diferente
Autor: Emanuel Mourão on Thursday, 6 April 2017ou escreer diferente
porque sou ssim,
n mesm gente,
e por isso im,
tenho muit ontde, sou quele que sente,
penso porque sim!
ou escreer diferente
porque sou ssim,
n mesm gente,
e por isso im,
tenho muit ontde, sou quele que sente,
penso porque sim!
Descobrimos a nossa verdadeira força interior na dificuldade de cada desafio. Descobrimos que o importante não são as portas que se fecham, os medos que nos amedrontam, o choro soluçante que cessa no surgir do sono, as pedras em que tropeçamos, as palavras duras que ouvimos ou as acções que não esquecemos facilmente.
reduzo o balanço a imperiosos deveres e transversais leviandades.
transfiro-me para o lugar onde a fraude tem pruridos solidários.
a monotonia desloca o seu areal para a fronteira da imaginação.
estoirei o mural da apatia ao continuar por roteiros insalubres.
as palavras transitam para a razão que as estrutura em convicções.
contem as palavras,
como que as perdessem,
quando ditas por gosto,
como que já não as devolvessem,
ficam sem rosto,
apenas as rugas que lavras,
como se já não rissem,
fora com esse desgosto!
Esta noite eu chorei
Esta noite escrevo as palavras mais tristes do mundo.
Escrevo-as com o meu dedo no teu braço enquanto dormes.
Enquanto espero acordado pela manhã, onde tudo será diferente.
Mas por agora escrevo as palavras mais tristes do mundo.
Escrevo o que sinto na tua pele, nas tuas roupas e no teu cabelo.
Deitado na tua cama contigo, escrevo sem caneta nem papel.
A cada toque despeço-me do teu corpo, a cada minuto despeço-me da noite.
Escrevo uma última carta à felicidade.
O momento chegou
Kharon, leva-me além deste rio
Para além desta mórbida neblina
Kharon, pai do meu destino
Além deste rio, por terras nunca vistas
Esta é a minha hora
Aceita esta oferenda e transporta-me na tua barca
Meu negro senhor
Que habitas o Styx, leva-me para junto dos meus
Meu negro senhor
De olhos ardentes como fornalhas
O meu momento chegou
Aceita esta oferenda e tranporta-me na tua barca
Para além do Styx, por terras nunca vistas
Acordei sobressaltado
Como se alguém estivesse aqui
Senti a presença... mãos tocavam meu ser
as atoardas infiltram-se nos dizeres que brotam das leituras quotidianas.
a grosseria dos homens que se atolam nos seus próprios excrementos.
enxergo dentro dos copos toda a indigência do viver humano.
existem guerrilheiros contrafeitos reunidos a projetos fantasistas.
há um fervor na linguagem quando embebo referências corrosivas.