Utopia

Utopia
 
Caminho só 
repetindo sempre a mesma fé, 
quando alimento minhas histórias
perdidas e solitárias 
entre dois cálices de poesia
sei o que requer
este lirismo absurdo, ingénuo e tão frágil
que muitas vezes nem o coração mais sabe
onde encontrar meus heróis...já se foram...
procuro agora recomeçar, mas encontro o fim de tudo
ou de nada...
e nem quem me abrace tão forte

Pelo canto dos silêncios

Pelo canto dos silêncios
 
Permaneci quieto
em silêncios
deportei até a alma
rumo ao abrigo
onde curo 
minhas dores
temores e lamentos desassossegados
Recostei-me neste dia
à beirinha deste poente
que ainda me permite aquecer
sem demoras
à luz doce e frágil
de uma estrela sem rumo
desafortunada
algemada em gestos e palavras
emudecidas na lonjura dos dias

Hora do milagre

Hora do milagre
 
Não me dês à vida 
um corpo extinto
nem à morte 
uma promessa vã
transforma antes comigo 
o impossível
em todos os possíveis
derrama no meu regaço 
toda a eloquência deste milagre 
que a vida nos dá, cada dia
e então eu ressuscitaria 
por cada momento do tempo
que a brevidade deste dia audaz
deixou folhear minha poesia

Outono

Adoro o outono! Um poema de boas-vindas.

          Outono

 

Chegou o outono, pleno de cor !

De folhagem de arco-iris, trajado !

Já chora a brisa lamento de dor !

Tapete no chão, de folhas, bordado !

 

O sol, moribundo pousa sobre o mar,

Desfalece ! Solta a noite e o luar !

O mar, lancinante em seu marulhar,

Vem bater na areia para a torturar.

 

Amo o outono ! Traz-me nostalgia...

Vem-me à memória tempos de criança

Quando cada dia era fantasia !

 

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