recupero o meu legado juvenil nos terrenos da liberdade; os enigmas adjacentes ao resfolgar da minha solidão; os resguardos que encontrei para verter a minha intrepidez; os assomos belicosos contra tudo aquilo que rejeito.

algumas pessoas têm o dever de transformar o banal entendimento reavivando as sociedades com os seus salubres ideais; com os seus abalizados juízos que frustram aqueles que se sustentam de preconceitos; com as suas endemoninhadas premonições.

Joelhos transtornados
do caminho por onde se engana
onde os durões e sacanas impedem o caminhar!
perdidos sem um plano de fuga
mas, amor, programe o drone
para me encontrar

Modo volátil em escolher
estrelas
mundo que tem um texto astuto,
matemático que desconhece os santos
Com muitos programas absurdos
a muitos trapacear

Vamos fazer sinais de fumaça
que a via-sacra do bem vai enxergar
- Amigo, tenha paciência, seja resiliente,
para a vida, não passar

homologo os desregramentos da juventude porque eles foram gerados pela rebeldia à severa autoridade paternal; porque eles foram um desfecho inerente às humilhações que sofri; porque eles foram um vestígio manifesto dos desertos que atravessei.

suporto as provações do mundo para depois lhes responder através de versos certeiros; através de decididos rompantes contra os assaltos ao meu individualismo; através da vontade que tenho de transfigurar a realidade deprimente.

existe uma linhagem heroica que reclama contra o mundo vigente: contra as imposições enfadonhas que nos cercam; contra os intentos malignos que abundam nas nossas vidas; contra os dolorosos embates da hipocrisia.

reparo naqueles que pelejam contra os discursos fátuos que lhes embaraçam as vidas; que não reduzem a torrente de privações que nelas suportam; que transferem para as ruas os seus baldados protestos.

finco-me nos segregados momentos da minha vida para os combater; nos meus entretecidos traumatismos para os dirimir; nos regatos fluidos que abastecem os meus pensamentos; nas divergências que obturo na minha busca por harmonia.

as angústias são um sequestro emocional que poderemos tornear se as colocarmos numa poesia que desvende os nossos vastos imbróglios; que irradie os nossos escrúpulos relutantes que ela poderá finalmente converter.