NO COMEÇO ÉRAMOS DOIS

No começo, éramos dois à mesa, primeiro, nasceu o nosso Nuno.
Mais tarde, o João, depois, a Carolina, depois chegou a Joana.
A Mafalda apareceu, entretanto, vieram a Margarida e a Maria.
Por fim, nasceu o António, que felicidade.
Éramos assim dez à mesa, tanto barulho, alvoroço e animação!
 
Hoje, somos menos à mesa, mas, em dias festivos, já somos mais que dez.
Agora, a mesa cresce e encolhe, as cadeiras foram preenchidas,

Palavras inteiras

o que me resta se eramos um unico ser
perambulando pelas noites desta cidade procurando algo
que me faça voltar
sei que foi eu que procurei a loucura de ficar só
me vejo desorientado e perdido um vagabundo ao léu
sem destino
me acabo nos copos .
sem vc sem sentido só dor .a solidão bateu e ficou
continua...

Que me importa...

Que importa se a noite na sua coscuvilhice se intrigue
Com esta solidão matreira, tão indiscreta e leviana
E trame uma daquelas tramóias fuxiquentas e insanas
 
Que importa se a luz se desnude numa querela de breus
Intrometidos na urdidura dos silêncios alcoviteiros e profanos
E nós dois intrigados nos entreguemos num bailado de afagos ufanos
 
Que importa…pois que importa, se na saudade eu ainda
Engendre uma lânguida e trafulhenta memória tão sedenta

Cores sonhadas

Metamorfosear as cores sonhadas
o paraíso mais lindo,
o voo sobre as flores mais perfumadas
marcar por um instante,
o olhar paralisante de humanos que as observam passar!
Animais domésticos, admiram seu voo e o seu desfilar
gatos e cachorros, avançam querendo brincar!
Redes não estão autorizadas!
Estas, não contemplaram o voo poético
da charmosa borboleta.

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