Auto- Retrato

 

“ Auto-retrato”

 

Sou tudo aquilo que sou, na ambiguidade, nos extremos da vida,

Corpo cansado, atirado, na ira da hipocrisia,

Sou espirito, sou alma, sou sangue, sou rio que corre em mim,

Sou a pele que cobre a dor, sou tudo o que fica no fim…

Sou ansiedade, nas questões que enlaço,

Inconstância, nas respostas que não tenho,

Sou prisão, no meu espaço apertado,

Fronteira na vossa ignorância…

Sou a maldade aquando ferido,

A vingança da dor recalcada,

Fui a tristeza perdida, no tempo em que permaneci,

Sou a criança crescida, na mentira onde nasci…

 

Olho o mundo de dentro, na esperança, na utopia,

Da harmonia do cosmos, nas palavras,

Na asa que não me cobriu…

Sou poeta, filosofo anarquista,

Sou tudo o que o mundo não viu…

 

Luís Ginja

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