Bestificado

Bestificado

Está a sair como estivesse a entrar
Inconfundível demente
Bestificado pelo rigor do dia-a-dia
Pelo calor dos séculos ultrajado

Viste-se a entrar em sã imersão
Imergiu nos mais nobres pensamentos
Como que querendo somatizá-los
À flor da pele que carece de hidratos

Mas não pecou nem se liquidou
Diante dos destrates do rei bêbado
Do carvoeiro tingido pelo escuro pó
Do coveiro pálido de domingo à tarde

Tudo suportou quietamente calado
Há momentos que nossa finitude reclama
Reclamos daquilo que é finito
Que o infinito em silêncio não supera

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