Bestificado
Autor: Marcos Rossi on Wednesday, 21 February 2018
Bestificado
Está a sair como estivesse a entrar
Inconfundível demente
Bestificado pelo rigor do dia-a-dia
Pelo calor dos séculos ultrajado
Viste-se a entrar em sã imersão
Imergiu nos mais nobres pensamentos
Como que querendo somatizá-los
À flor da pele que carece de hidratos
Mas não pecou nem se liquidou
Diante dos destrates do rei bêbado
Do carvoeiro tingido pelo escuro pó
Do coveiro pálido de domingo à tarde
Tudo suportou quietamente calado
Há momentos que nossa finitude reclama
Reclamos daquilo que é finito
Que o infinito em silêncio não supera
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