A canseira do dia a dia
Já não existe quem sonhe,
Ou ambicione,
Alguma coisa na Vida.
Tudo é indiferente...
Já nada causa ferida,
Toda a alma é doente!
Já ninguém conhece o Amor,
Só a Dor,
De viverem esta mentira
À qual chamam Vida!!!
Tudo é rotina...
O pai que chega cansado!
O irmão que já está deitado!
A mãe que puxa a cortina
Ralhando com o gato que não para de miar,
Com o cão que recomeçou a ladrar,
E o pássaro que se lembrou de cantarolar!!!...
Depois as queixas,
As repreensões!...
É a porta que fechas
Para fazeres as tuas confissões.
Ah! As lamentações!...
Do pai que não vale nada,
De chegar a casa cansada
E ainda ter que fazer apressada
A lida da casa,
Para não ser chateada
Pelo marido que é uma praga!
Tudo é cansador... Maçador!
É numa alma indolor
Que se entranha o dissabor
Da desacreditação no amor.