CRIANÇA DE ROSTO TRISTE
Criança, rosto triste
Perdida na multidão
Neste mundo cobriste-te
Com o manto da solidão
O teu olhar perdido
No jardim da desilusão
O teu olhar sofrido
Funde-se como lágrima de violão
Aí sentado ao fundo
Quieto e sereno
Olhando este mundo
Cheio de veneno
Já com rugas na testa
O teu ar já cansado
Mas ainda sonhas com festa
Mesmo nesse teu rumo enfadado
Criança rosto triste
Perdida na multidão
O teu coração não resiste
A tanta ingratidão
Por isso esse teu ar de revolta
Essa tua pose adulta
Pensas que a esperança não volta
Por isso o teu olhar luta
Tu criança perdida
Abraça a vida e sonha
Mesmo triste e inquieta e decidida
Tem esperança, não tenhas vergonha
Brinca, saltita e ri
Ultrapassa o horizonte
Voa até ao rio que é ali
Vai beber felicidade à sua fonte
Criança, rosto triste
Dá-me a tua mão
Vem ver o que nunca vistes,
Sai dessa solidão canta uma canção!