Culpa
A Ouroboros dos gatilhos
retorna ao meu emocional exausto,
estou na cela açoitado por mim,
conjugado e repetível errático,
meus pecados são autofágicos.
E nesta alvura noite decadente
tua brochura leio com dor,
escura e desprezível miséria
contemplando a luz dos vazios;
Não esvanecendo a minha culpa.
Nas noites deste luar frio
choro pelas mentiras e pelo meu chorar,
acalmo e doravante repenso,
as lágrimas do impossível são assim.
Errado por ignorar importantes lições,
certo por ser honesto consigo,
de tantas caídas nas quais deslizei,
tornei-me uma ruína de resílios.
Pergunto: quantos erros te acertaram?
Pediste desculpas ao teu eu passado,
mas na oportunidade retribuída,
erraste de novo, e errante assim, sangrou.
Sendo cônscio na esfera da sinceridade,
todos vossos espíritos são notívagos:
vós sois corpos sombrios perambulando
a culpa e o trágico, a morte vos aguarda;
já a mim, nem a pá da cova me livraria.