Da dor a felicidade

Eu me sentia tão solitário 

sem rumo, sem caminho traçado ...

ouvia tudo, sentia dores imensuráveis

tudo parecia não ter sentido

o som da dor cortava na madrugada

Acordava e dormia, tinha sonhos vorazes

pesadelos inimagináveis, acordava

e me via vergulhado naquele silêncio bucólico, 

espremia os olhos e as lágrimas vertiam

escorriam invisíveis pela face

A pele pálida de defunto, um morto-vivo

sentia falta de tudo, inclusive de você

Sem sonhos coloridos

até que resolvi mudar aquilo

Me entreguei a reformar-me, quebrei aqui

mudei ali, deixei amigos para traz

Fui em busca da libertação

e encontrei nas entranhas da alma

todos os meus desejos e soluções

Aqueles que eu buscava nos outros

Sim, conheci-me as profundezas

Hoje agradeço a tudo

até mesmo aos dias ruins

Não me sinto solitário

tenho eu, a poesia e sou feliz

(DiCello, 01/07/2017)

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