Das Palavras Intermitentes [26-03-2024]

Aquelas que se acendem
em noite quente,
pensamentos de gente
que pulula nos sonhos
da meia-noite acarinhada.
 
Quem me dera que fosse nada,
que na madrugada
em que a infância se perdeu
aquela cama tomasse
a forma de um elixir
da reparação,
levando todos os receios em vão.
 
À minha poesia deambulante,
que galopa nas vísceras
do meu organismo
com semblante e dinamismo,
que se identifique à entrada
do meu coração,
torturada pela longa reflexão
da nova metafísica.
 
E chame os seus versos mais
inquietos, corpos celestes e
repletos das manchas do caminho
onde os humanos se perdem.
Não fossem, também,
as chamas que ora se erguem.
 
Leonardo Camargo Ferreira
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