DE COMO FALAR DE MORTES E PERDAS

A mãe do meu amigo faleceu...

Inesperadamente, deixando em pratos os seus,

E ela tinha um sorriso de descanso nos lábios,

E demonstrava uma placidez que só as boas almas tem.

 

Ao olhá-la, ali, entre coroas de flores e velas tremulantes,

Lembrei da minha adorada mãe, lá tão distante,

Que vive às voltas com suas novenas e suas dores,

E que um dia também dirá adeus a todos nós.

 

Nas lágrimas do meu amigo eu me vi chorando,

E senti a garganta se fechar num nó amargurado,

Eu queria falar, mas, as palavras estacavam-se, teimosas,

Talvez temendo sair desafinadas e ridículas.

 

A mãe do meu amigo faleceu...

E eu vejo que a sua dor é muito mais que imensa,

Eu só não sei quão grande será a minha tristeza,

Quando minha mãe for também se encontrar com DEUS.

 

 

 

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