Deixe a luz acesa

Poeira que encobre os móveis

descascos de tinta de parede

recriam vazios em mim.

Na escuridão,

ensaio a cegueria

criando forma ainda que inefáveis

de mim mesmo para compensar o estio.

Sou a noite, a dor

a lágrima escondida

o sorriso simpático

pó do resto de estrela ,

luz obscurecida,

colcha de retalhos que emenda memórias.

No chão, me desfaleço:

Contemplo a escuridão que alimenta meus medos.

Paciência.

Quando houver luz novamente,

desmedida, insolente, atroz

meus dentes pararão de ranger,

as correntes calarão seus ruídos,

meus medos morrerão de fome.

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