Descanso no Outono

O silêncio tomou-me por horas.

E coloquei a ponta dos pés na água morna.

Assim demorei.

Aos poucos, o ritmo da monotonia foi criando passos,

Usando os meus,

Em direção qualquer.

 

Por horas estive sonhando,

Um sonho tão profundo,

Que apenas lúcido conseguiria vislumbrar.

Em meu sonho, algo sussurrava

Um mistério tão profundo

Que eu sequer poderia imaginar,

Como se falassem de mim

E eu não pudesse saber.

Mas o mesmo que conta o segredo,

É o mesmo que agora o escuta.

 

Pelas horas aqui parado,

Tudo veio muito rápido.

Tudo que eu não queria.

Embebi-me muito do passado,

E com olhos fitos para cima,

Sem as rédeas do destino,

Com as mãos estagnadas,

Temo o que se inicia.

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