DUAS METADES

Há momentos que sou apenas metade de mim...

 

Talvez línguas desvairadas perguntem:

E a outra metade? Que vem a ser dela?

 

Não sei... Quando vivo uma metade,

A outra simplesmente se esconde, some,

Nem imagino sequer o paradeiro dela...

 

Na verdade, estas duas metades são extremos,

Cada qual tem vida própria, mentes individuais,

É como se fossem estrangeiras, não se entendem,

Nunca se encontram, sobrevivem a distância.

 

Às vezes é trabalhoso adaptar-se aos engenhos

Que tecem no dia a dia, por sinal enfadonhos...

Sinto-me como se em mim houvesse dois mundos:

Um proponente da concórdia, do bem-estar, do amor;

Outro, depravado, devasso... no íntimo, meu inimigo!

 

Género: